H1N1: Tire suas dúvidas sobre as complicações respiratórias relacionadas aos vírus da influenza
(Arte: Eduardo Mafra/Editoria de Artes JC)
Em tempos em que se observa um aumento de casos de infecção pelos vírus da influenza, especialmente por H1N1,
é comum se falar sobre síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que
exige internação e tem como sintoma clássico o desconforto respiratório
acompanhado de sinais da síndrome gripal. A SRAG vem à tona em momentos
de vigilância maior dos casos de gripe porque ela pode ser causada por
diversos agentes infecciosos, principalmente pelos vários tipos de vírus
influenza, como H1N1 e H3N2.
É bom ficar claro que essas formas mais graves de gripe relacionadas à
SRAG são incomuns. A maioria da população geralmente tem forma atenuada
de gripe, especialmente quando os municípios atingem uma cobertura
vacinal satisfatória durante as campanhas, em torno de 80%.
“Para se ter ideia, aproximadamente 2% dos pacientes com H3N2 terão
pneumonia mais séria, que pode evoluir para insuficiência respiratória e
levar à internação. Para H1N1, esse percentual duplica, mas ainda não é
algo significante. A taxa de pessoas que morrem em decorrência da gripe
é pequena, mas o número passa a ser considerável porque é uma doença
muito frequente”, explica o pneumologista Alfredo Leite, preceptor da
residência de clínica médica do Hospital Barão de Lucena.
O médico reforça que outros vírus respiratórios também podem causar
SRAG, como o parainfluenza, o adenovírus e o vírus sincicial
respiratório (VSR). “A questão é que, entre eles, o H1N1 tem uma maior
tendência a causar complicações respiratórias do que os outros vírus,
especialmente em grupos de risco, como idosos e crianças muito pequenas.
Além disso, cerca de 20% das pneumonias em adultos são de causas
virais, e isso pode ocorrer mais frequentemente com os vírus da gripe”,
acrescenta Alfredo.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados até 12 de
março 1.616 casos de SRAG, sendo 975 (60,3%) com amostra processada.
Dessas, 23,1% foram classificadas como SRAG por influenza e 4,4% como
outros vírus respiratórios. Entre os casos de influenza, 83,6%
positivaram para H1N1. E entre os 182 óbitos registrados pela síndrome
no País, 34 (18,6%) foram confirmados para o vírus influenza, sendo 30
(88,2%) decorrentes de H1N1.
Em Pernambuco, dos 47 pacientes notificados com SRAG, três tiveram
diagnóstico de H1N1 e evoluíram bem. Entre os registros da síndrome,
dois são de pacientes que evoluíram para óbito.
Casa Saudável.
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